O jogo já era histórico para um dos times, o Tubarão SC. A primeira partida oficial fora de Santa Catarina, em um lugar histórico. Palco de Copa do Mundo, a Arena da Baixada viu um dos melhores jogos de sua história. O Tubarão, fundado em 2005, fez um grande jogo.
Antes de falar sobre a partida, vale ressaltar que esse era apenas o segundo jogo da equipe paranaense na temporada, lembrando que há algum tempo, o Atlético PR utiliza os jogadores sub-23 no estadual paranaense. Outra informação importante é sobre seu treinador, Fernando Diniz, estudioso, técnico e tentando implementar um futebol diferenciado no cenário brasileiro, com times completamente ofensivos, mantendo a posse de bola e buscando a todo momento o ataque.
O primeiro tempo foi um sufoco para o Atlético Tubarão, que viu as melhores oportunidades serem criadas pelo adversário. Pelo menos 4 chances claras de gol, sendo todas desperdiçadas ou contando com a estrela de Beliato, goleiro da equipe catarinense. O Tubarão por sua vez, buscava se defender e até arriscou umas subidas ao ataque, mas convenhamos, sem levar quase nenhum perigo à meta rubro-negra, salvo um chute em que Guilherme Amorim teve uma chance e acabou furando o lance. Fora isso, primeiro tempo completamente do Atlético PR, sendo injusto o resultado de 0x0.
No primeiro tempo, as duas defesas trabalharam bem. Waguinho Dias, treinador tricolor, deixou claro a proposta de jogar defensivamente, em que se via claramente uma linha de 5 defensores e logo a frente 4 jogadores povoando o meio de campo, com o atacante Batista sempre no meio campo. O time paranaense, durante a primeira etapa, jogou praticamente todo a frente do meio de campo. Quando o Tubarão roubava a bola e saía em contra-ataque, o Atlético tinha uma ótima recomposição, não deixando espaços.
O que ninguém esperava, era um segundo tempo do jeito que aconteceu. Nem os torcedores mais otimistas do Tubarão acreditavam numa classificação, pois o primeiro tempo todo foi de domínio atleticano.
Fernando Diniz fez uma troca que mudaria o jogo, tirando Ribamar (que perdeu boas chances no primeiro tempo) para entrada de Bergson, que pra mim, foi o cara que mudou o jogo.
Logo em sua primeira chance, empurrou a bola para o fundo da rede, fazendo Atlético PR 1x0 logo aos 6 minutos. Neste momento, já acreditava numa goleada, pois como dizem, parecia que a porteira havia sido aberta.
Me enganei e muito, pois o time do Tubarão foi guerreiro, empatando com Matheus Barbosa, em jogada aérea, que diga-se de passagem, tem de ser treinada um pouco mais, pois o gol da virada saiu num outro cruzamento, em que a bola cruzada resultou num ótimo cabeceio de Batista. 2x1 aos 18 minutos do segundo tempo.
Um pouco depois, Daniel Costa teve a chance de ampliar o marcador e aumentar a vantagem, mas o excesso de confiança e a vontade de deixar o seu, impediu o atleta de fazer o passe ao companheiro que estava melhor posicionado e de gol aberto, porém finalizou para grande defesa de Santos. Acredito que a classificação tenha ficado aí, porque aos 24 minutos, Bergson experimentou de fora da área e Beliato rebateu pro centro, sobrando para Rossetto empatar a partida.
Aos 31 minutos, pênalti para o Atlético PR. Guilherme na cobrança e gol. Goleiro para um lado e bola para outro. Confesso que aqui, não acreditava mais na reação do Atlético Tubarão. Mais uma vez estava errado.
Lucas Costa aos 33 minutos da etapa complementar e Daniel Costa aos 39 minutos, viraram mais uma vez o jogo. Pra quem acompanha o Catarinense, pode lembrar do jogo entre Joinville e Tubarão na Arena Joinville, onde o Tubarão ganhava o jogo e acabou sendo derrotado por 4x3, no fim do jogo. Agora, nem os mais pessimistas acreditavam na derrota.
Fernando Diniz, várias vezes xingado no segundo tempo e chamado de burro, por não ter escalado Gedoz no jogo, colocou o jogador. Em pressão rubro-negra no fim do jogo, Thiago Heleno, o general de Curitiba, empatou o jogo de cabeça, aos 44 minutos, e logo em seguida, seguindo a pressão do Atlético PR, adivinha quem desempatou aos 47? Ele mesmo, Felipe Gedoz, sacramentando a vitória e classificação paranaense.
Um jogo emocionante, muito disputado, sem confusão, limpo no quesito faltas e cartões e recheado de viradas. Para o Tubarão, o que viesse era lucro. Diferentemente do Atlético, que estava iniciando o ano com seu time principal.
Não quis falar dos erros cometidos pelos dois times na defesa e individualmente, pois um jogo com 9 gols é mais emocionante, jogo raiz, em que as equipes queriam a vitória e quiseram jogar, pelo bem do futebol isso ainda existe.
Parabéns às duas equipes pelo grande jogo e um até logo ao Tubarão e um boa sorte ao Atlético PR.
Na próxima fase, o Atlético PR enfrenta o Ceará, que derrotou o Londrina de virada.
Para o Tubarão, resta o Catarinão 2018 e a série D.
E que venham mais jogos desta grandeza e emoção.
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